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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A moeda no Brasil

Com começou a circulação das moedas no Brasil? Qual foi, e onde foi cunhada a primeira moeda ? E as moedas de ouro?

Se você já fez essas perguntas, o post abaixo explica de forma bem sucinta a grande história da moeda no Brasil.


A mercadoria usada como dinheiro

O pau-brasil foi a principal mercadoria utilizada no Brasil como elemento de troca entre os nativos e os europeus. Posteriormente, o pano de algodão, o açúcar, o fumo e o zimbo (tipo de concha utilizada nas trocas entre os escravos) foram utilizados como moeda mercadoria. Essas moedas continuaram sendo usadas mesmo após o início da circulação das moedas metálicas.

Terra Brasilis, Mapa do Atlas Miller, 1515-1519

Com as expedições, chegam as primeiras moedas

Com a intensificação das viagens à terra recém-descoberta e a implantação de núcleos de colonização, começaram a circular as primeiras moedas no Brasil, trazidas pelos portugueses, invasores e piratas. A partir de 1580, com a união das coroas de Portugal e Espanha, moedas de prata espanholas passaram a circular no Brasil em grande quantidade.


Carimbos alteram o dinheiro

Em 1642, Dom João IV, rei de Portugal, mandou aplicar carimbos sobre moedas portuguesas e espanholas que estavam em circulação. Esses carimbos aumentavam o valor das moedas.


Na invasão holandesa, as primeiras moedas com o nome Brasil

Durante o domínio holandês no nordeste brasileiro (1630- 1654), surgiram as primeiras moedas cunhadas no Brasil, os florins e os soldos. Essas moedas foram cunhadas pelos holandeses para pagar aos seus fornecedores e às suas tropas cercadas pelos portugueses. Os florins e os soldos traziam a marca da Companhia de Comércio da Índias Ocidentais. 
A palavra BRASIL aparecia no reverso dos florins.


O dinheiro começa a ser fabricado no Brasil

Em 1694, D. Pedro II, rei de Portugal, criou a primeira Casa da Moeda, na Bahia. Todas as moedas de ouro e de prata em circulação na Colônia deveriam ser enviadas à Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais. No entanto, as dificuldades e os
riscos do transporte fizeram com que a Casa da Moeda fosse transferida de uma
região para outra. Em 1699, mudou-se para o Rio de Janeiro; no ano seguinte, para Pernambuco; e de novo para o Rio, em 1703.


Praça do Palácio, em Salvador (BA). À esquerda, antigo prédio da Casa da Moeda

Patacas – moedas que circularam por 139 anos

As patacas foram as moedas que circularam por mais tempo no Brasil, de 1695 a 1834. Essa série era composta pelas moedas de prata nos valores de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O valor de 320 réis – pataca – deu nome à série.


No apogeu do ciclo do ouro, a moeda que pesava 53,78g

A elevada produção de ouro no Brasil permitiu a cunhagem da série dos dobrões, moedas de ouro nos valores de 400, 1.000, 2.000, 4.000, 10.000 e 20.000 réis, de 1724 a 1727. O dobrão de 20.000 réis, com 53,78 gramas, foi uma das moedas de maior peso em ouro que circulou no mundo.



“Cara ou coroa”

Em 1727, foram cunhadas as primeiras moedas no Brasil com a figura do rei numa das faces e com as armas da Coroa Portuguesa na outra. Essas moedas deram origem à expressão popular “cara ou coroa” e ficaram conhecidas como série dos escudos.


A gravura de Rugendas documenta a lavagem do ouro na serra de Itacolomi (MG), século XIX

O controle da extração do ouro

As casas de fundição foram criadas para controlar a exploração do ouro e a cobrança de impostos. Os mineradores eram obrigados a entregar todo o ouro extraído a essas casas, onde 20% eram retirados para pagar o imposto denominado “quinto”. O restante era devolvido em forma de barras fundidas acompanhadas de um certificado que legitimava sua posse.


Moedas de prata para as minas

Para facilitar o comércio na região das minas, onde os preços eram estabelecidos em função
do preço do ouro (1.200 réis para cada 3,586g de ouro), foram cunhadas moedas em prata nos valores de 600, 300, 150 e 75 réis. Para diferenciá- las da série das patacas, devido à proximidade dos valores, foi gravada na nova série a inicial do nome do rei D. José I.
Ficaram conhecidas como série “J”.


Nas faces da moeda, as fases da vida de uma rainha

As moedas de ouro cunhadas durante o reinado de D. Maria I registraram diferentes momentos da vida da rainha. De 1777 a 1786, apareceu retratada ao lado de seu marido, D. Pedro III. Após a morte do esposo, foi retratada sozinha, portando véu de viúva. A partir de
1789, terminado o luto, passou a ser representada com um toucado ornado de jóias e fitas.


A criação do Banco do Brasil

Devido à queda na produção de ouro e ao crescimento dos gastos com a implantação da
administração no Rio de Janeiro, a quantidade de moedas em circulação tornou-se insuficiente. Assim, em 1808, D. João VI criou o Banco do Brasil, o primeiro banco da América do Sul e o quarto do mundo. Em 1810, foram emitidos os primeiros bilhetes do
Banco, precursores das cédulas atuais.


Casa dos Contos, sede do Banco do Brasil de 1815 a 1829

As primeiras moedas comemorativas

A elevação do Brasil à categoria de Reino Unido, em 1815, foi comemorada com a cunhagem de uma série especial de moedas. As peças em ouro, prata e cobre traziam gravada a legenda “Joannes. D. G. Port. Bras. Et. Alg. P. Reg.” – “João, por graça de Deus, Príncipe Regente  de Portugal, Brasil e Algarves”.

A moeda mais valiosa da coleção brasileira

D. Pedro I, para comemorar sua coroação como Imperador do Brasil em1822, mandou cunhar
moedas de 6.400 réis, em ouro, conhecidas como “Peça da Coroação”. Por não ter agradado ao imperador, a produção dessas moedas foi suspensa. Foram fabricados apenas 64 exemplares e, por isso, são hoje muito raros.


As primeiras moedas do Brasil independente

Logo após a Independência, as moedas mantiveram o mesmo padrão das moedas do período colonial, sofrendo pequenas alterações para se adequar à nova situação política. Nas moedas de ouro e prata, as Armas de Portugal foram substituídas pelas do Império e acrescentou-se a frase “In hoc signo vinces” – “Com este sinal vencerás”.

Cobre falsificado

Entre 1823 e 1831, além das casas da moeda do Rio de Janeiro e da Bahia, casas de fundição em outros estados também cunharam moedas de cobre, o que facilitou o surgimento de inúmeras falsificações, principalmente na Bahia. O governo, numa tentativa de acabar com
as falsificações, determinou o recolhimento dessas moedas na Bahia, substituindo-as por cédulas do Tesouro Nacional, atualmente muito raras.


Cédula para o troco de cobre

D. Pedro II – nas moedas, o registro de um longo reinado

As moedas cunhadas durante os quase 60 anos do reinado de  D. Pedro II mostram o imperador em diferentes fases de sua vida: na infância, na idade adulta e na velhice. A efígie de D. Pedro II foi a mais representada no dinheiro brasileiro.


Os cruzados substituem as patacas

Em 1834, a Casa da Moeda do Rio de Janeiro cunhou uma nova série de moedas em prata para substituir as patacas, que circularam durante todo o período colonial. O valor de 400 réis – cruzado – deu nome à série.

O anverso é o mesmo em todas as moedas da série

Inovação na fabricação de moedas

Com a generalização do uso de cédulas, a cunhagem de moedas direcionou-se para a produção de valores destinados ao troco. O cobre foi sendo substituído por ligas modernas, mais duráveis, de modo a suportar a circulação do dinheiro de mão em mão. A partir de 1868, foram introduzidas moedas de bronze e, a partir de 1870, moedas de cuproníquel.

Moedas de bronze
O anverso é o mesmo em todas as moedas da série


Moedas de cuproníquel
O anverso é o mesmo em todas as moedas da série

As primeiras moedas da República

Após a Proclamação da República, em 1889, foi mantido o padrão Réis. As moedas de ouro e prata receberam gravação da alegoria da República no lugar da imagem do imperador. 
A utilização do ouro, na cunhagem de moedas de circulação, foi interrompida em 1922, devido ao alto custo do metal.


O 4º Centenário do Descobrimento do Brasil

Por ocasião do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, em 1900, foi lançada a primeira série de moedas comemorativas da República. A série era composta por moedas de prata nos valores de 400, 1.000, 2.000 e 4.000 réis


O tostão – moeda de 100 réis

Entre 1918 e 1935, com a finalidade de facilitar o troco,  foi cunhada uma nova série de moedas em cuproníquel que substituiu cédulas de valores pequenos e moedas antigas. A moeda de 100 réis, dessa série, ficou conhecida como tostão.

Moedas de cuproníquel

O anverso é o mesmo em todas as moedas da série

Vila Rica, atual Ouro Preto, Rugendas, 1824


Espero que tenha gostado!
Até a próxima

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