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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Transferência Casa da Moeda - Bahia - Rio de Janeiro 1699

No post anterior sobre, A história por trás de uma moeda - Parte 1, comentei sobre alguns
acontecimentos em 1699. 
O que chamou mais a minha atenção, foi a transferência da casa da moeda para o Rio de Janeiro.

Então resolvi escrever um artigo sobre esse interessante acontecimento na nossa história.

Responsável pela emissão de moedas metálicas a Casa da Moeda da Bahia deveria, também, cunhar moedas para o Rio de Janeiro. No entanto, a capitania do Rio de Janeiro, que concorria com a de Salvador no intrincado jogo dos interesses coloniais, recusou- se a utilizar os serviços da Casa da Moeda recém instalada no nordeste.


Cidade de Salvador vista pelo mar 
com a indicação da localização  da 
primeira Casa da Moeda.

Invocando como pretexto a distância geográfica entre o Rio de Janeiro e a Bahia, e que seria um risco muito grande o transporte de ouro e prata para serem amoedados, a Câmara Municipal e o governador do Rio de Janeiro, se recusaram a enviar ouro e prata (além de moedas já cunhadas) para o nordeste, para serem transformados em moeda provincial. 

Diante desse impasse, D. Pedro II, em Carta Régia de 23 de janeiro de 1697, determinou que os moradores do Rio de Janeiro mandassem o dinheiro para a Bahia, conforme havia sido acordado antes, ou arcassem com as despesas necessárias à transferência da Casa da Moeda da Bahia para o Rio de Janeiro.

Nesse meio tempo, a população do Rio de Janeiro sofria com a falta de moeda, e a economia do Rio vivia um período de escassez monetária depois a decretação do fim do açúcar como moeda.

Com isso, o meio circulante fluminense, voltou a ser constituído de moedas de distintas origens que tinham seus valores intrínsecos avaliados segundo o peso de seus metais e fluíam do Rio de Janeiro para Portugal através do comércio internacional e do pagamento de impostos.

Mas este impasse foi resolvido quando a Câmara e o governador do Rio decidiram criar a sua própria Casa da Moeda. Em 1698, a Casa da Moeda, vinda da Bahia por mar, com seu pessoal e ferramentas, foi instalada na rua Direita, atual Primeiro de Março, no prédio dos armazéns da Junta de Comércio, nas proximidades da ladeira de São Bento (onde hoje estão as instalações do Arsenal da Marinha), que abriu as portas em 1699.

Na nova Casa da Moeda foram cunhadas moedas de ouro, nos valores de 1.000, 2.000 e 4.000 mil réis, e de prata, nos valores de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis.
O conjunto de moedas de prata é conhecido como série das patacas, em função da denominação "pataca", atribuída ao valor de 320 réis.



Como a Casa da Moeda não cunhavam moedas de cobre, foi autorizada a circulação no Brasil as moedas destinadas a Angola, fabricadas na cidade do Porto, nos valores de 10 e 20 réis. Essas moedas eram necessárias para transações de pequeno valor.

Apesar dos esforços da Câmara e do governo do Rio de Janeiro, a Casa da Moeda só permaneceu no Rio de Janeiro até 1700, quando foi transferida para Pernambuco.

Mas isso é artigo para um outro post.

Abraços!

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